Por Voz do Movimento
Nos dias 19 e 20 o setor de educação do MST realizou o 3° Encontro de Educadoras e educadores da brigada Pau de Colher, com o público de 150 pessoas.
Com o tema “Escolas do Campo: Desafios e Práticas Exitosas” os educadores e educandos universitários que participaram do encontro abordaram temas como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o estudo da agroecologia nas escolas.
As experiências das escolas do MST existentes no Norte da Bahia chamou a atenção do ex Secretário de Educação do Município de Casa Nova Marcos José Ribeiro, que externou aos presentes sua preocupação com as normas da BNCC que, de acordo ele, oprime a pedagogia libertadora de Paulo Freire, modelo adotado pelo MST para desenvolver seus métodos.
“Para que tenhamos forças para rebater e inserir a pedagogia do MST na BNCC é preciso criar fundamentos concretos e jurídicos, um deles seria a criação de um núcleo das escolas do MST dentro da secretaria de educação que seria uma ação pioneira no estado da Bahia” explica Ribeiro.
Práticas Exitosas
A Brigada Pau de Colher possuí oito escolas do campo que atendem desde o ensino infantil a educação de EJA, que desenvolvem metodologicamente os conteúdos previstos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), fazendo-o de forma interdisciplinar a partir da realidade dos educandos e sua cultura, contando especialmente com contribuição das famílias da comunidade.
Durante o evento foi realizada uma amostra das práticas das escolas, dentre elas as experiências da conservação de sementes crioulas, coleta de cascas de árvores para fins medicinais, artesanatos, mel orgânico, geleia e doce de umbu, jogos didáticos feitos de material reciclado e doce de coroa de frade.
As escolas estão localizadas em áreas de assentamentos e acampamentos que estão desenvolvendo práticas agroecológicas, experiências estas que são levadas para dentro das escolas que por sua vez contribui no fortalecimento da cultura, fazendo assim um experiência exitosa de construção entre escola e comunidade.
Para Antônio Martins, do setor de formação estadual do MST, apesar da não valorização do Estado a educação do campo vem se destacando com a formação do sujeito.
“O método de educação do campo têm problemas e desafios, mas também têm avanços, e um desses avanços é o fortalecimento da permanência do sujeito no campo”, conclui Martins.
Para Rosicle Oliveira, secretaria de educação do município de Casa Nova, os desafios encontrados pela educação do campo são vários, entre eles a estrutura física das turmas multisseriadas, que precisam ser fortalecida com o apoio do município, comunidade e escola.
“A educação do campo precisa ser vista como uma ferramenta de fortalecimento do sujeito do campo”, afirmou Oliveira.