MST: 30 Anos de História na Bahia

Na Bahia, como em todo nordeste, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) teve início no dia 07 de setembro de 1987 com a ocupação da área denominada 40 45, localizada no município de Alcobaça, no Extremo Sul do estado. Ao longo desses 30 anos de lutas e conquistas, manteve sua sustentação no trabalho de base, tendo como horizonte revolucionário a luta pela Terra, pela Reforma Agrária e pelo Socialismo.

Nacionalmente, o Movimento nasce três anos antes, em 1984, na cidade de Cascavel, no Paraná e foi oficializado em 1985 com a realização do I Congresso Nacional na cidade de Curitiba, no mesmo Estado.

Hoje, depois de muita luta e resistência na Bahia, o Movimento está organizado em dez regiões, sendo elas: Extremo Sul, Sul, Baixo Sul, Sudoeste, Recôncavo, Chapada Diamantina, São Francisco, Nordeste, Oeste e Norte, onde residem 20.467 famílias acampadas distribuídas em 218 acampamentos e 10.397 famílias assentadas em 146 assentamentos.

Tais conquistas são fruto do apoio de sindicatos, partidos de esquerda, movimentos, organizações populares e das Comunidades Eclesiais de Base (CEBS), que desde o início da construção política do MST foram indispensáveis para sua consolidação no território baiano.

Nesse sentido, foram sendo forjadas lideranças locais, regionais, estaduais e nacionais, com a capacidade de produzir ideias e mobilizações que foram sendo reveladas nas ocupações de terra, marchas, acampamentos, mobilizações.

Organizado em setores, que compõem as instâncias do Movimento, os diversos sujeitos da luta se articulam em torno de bandeiras que dinamizam o processo de construção da Reforma Agrária no Estado, pautando o Combate à Violência e a defesa da Saúde Pública, Cultura, Diversidade Étnica e do Desenvolvimento Social, com foco na construção de um Sistema Político Popular que vise uma nação Soberana.

Saúde, Juventude, Gênero, Cultura, Comunicação, Frente de Massa, Produção e Educação, é a partir dessas frentes de atuação, que incorporadas as famílias assentadas e acampadas, tem realizado diversos acampamentos e cursos de formação com as Mulheres e a Juventude; construído veículos de comunicação populares e livres; desenvolvido mecanismos de cooperação e agroindústria; fomentado a realização de feiras em todo estado; consolidado a pauta da agroecologia no bojo das lutas; criado escolas no campo e defendido uma educação digna e popular; entrado nas universidades públicas e formado pedagogos, agrônomos, advogados, jornalistas, professores, técnicos em saúde, em cooperação agrícola; ocupado o latifúndio improdutivo e denunciado as contradições do capital.

Muitos punhos erguidos fazem parte desta história, que buscam inspiração nos pensamentos e legado de Chê Guevara, Rosa Luxemburgo, Fidel Castro, Dandara, Zumbi dos Palmares, Irmã Dorothy e muitos outros e outras. A luta pela terra e suas dimensões políticas são bases para consolidar um modelo de sociedade mais humano, fraterno e igualitário, portanto, Socialista.

Lutar, construir Reforma Agrária Popular!

Sujeitos da Luta

Como tudo começou

Criado em 1984, o MST traz em seu contexto histórico o desafio da luta pela Terra, pela Reforma Agrária e pela Transformação da Sociedade. Na Bahia teve início no dia 18 de maio de 1986 com a realização de diversos trabalhos de bases em Itamaraju, Itabela, Eunápolis, Guaratinga, Teixeira de Freitas, Itanhém, Nova Viçosa, Caravelas, Prado, Alcobaça e Mucuri.

Esse primeiro passo foi dado com a contribuição de companheiros e companheiras que participaram do 1º Encontro Nacional do MST, em Cascavel (PR), e de trabalhadores ligados a partidos políticos de esquerda, lideranças sindicais e religiosas, com o objetivo de implementar uma nova fase da luta pela democratização da terra.

A ação de bater de “porta em porta”, convidando as pessoas a se somarem a luta do MST, garantiu a ocupação do primeiro latifúndio no Estado na Instância 40 45, no dia 07 de setembro de 1987, onde se cultivava eucalipto para produção de celulose e exportação.

A expansão da luta, neste primeiro momento, foi uma questão rápida, urgente e necessária. Num curto período de tempo e com um método baseado na educação popular e formação de base, novos territórios improdutivos foram ocupados.

Ao completar 30 anos de lutas e conquistas, um dos maiores desafios apontados pelas famílias Sem Terra é o da construção de um projeto de sociedade Socialista, se sustentando na luta permanente contra o agronegócio.

Fotos

30 anos do MST na Bahia.

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